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Experiência de furacão

Estou com um pouco de dificuldade de iniciar a escrita deste post, mas vou tentar ser o mais clara possível para passar um pouco do que foi essa experiência.

O hurricane Sandy aconteceu na cidade onde estou em 29 para 30 de outubro (segunda p/ terça).

Fiquei sabendo do evento acho que na terça ou quarta-feira anterior, e desde então comecei a enfrentar uma crise de ansiedade. O furacão estava vindo da região da Jamaica. Ainda estava por passar por Cuba e Haiti. Há 1 mês antes, havia a possibilidade de um tornado passar pela região em que estou. Eu achei legal! Já no neste furacão, tive a reação contrária e parecia ser a única da casa a "desesperar". Engano o meu, quanto mais se aproximava o dia, mais notava a ansiedade dos demais ao meu redor.

Por mais que as TVs locais não falassem de outra coisa, comecei a acompanhar as notícias através dos jornais brasileiros, para que eu pudesse ter mais domínio sobre o assunto. Ao longo dos dias, via a repercussão do Sandy na América Central: tantos mortos, vários desaparecidos e cidades arrasadas. As previsões aqui pra cima não eram as da melhores. Apelidaram o fenômeno de "monstro", havia previsão de encontrar com uma frente fria e se tornar uma coisa cabulosa, enfim... cheguei a pensar no pior.

Sábado dei a notícia para minha família, e esvazei várias das minhas angústias. Foi no final de semana que começou-se a falar mais disso no Brasil.

Algumas cidades há carca de 2h de donde estou, receberam alertas de evacução. Durante todo o dia de domingo, começamos a receber ligações e mensagens de alerta "do prefeito" sobre que deveria ser feito. A que me assustou mais foi solicitando para que deixassemos as coisas arrumadas para uma possível evacuação.

Comecei a organizar algumas coisas a partir de algumas dicas de um email que meu pai me enviou sobre como se preparar para furacões, como a de alojar no closet. Paula e eu começamos a organizar estratégicamente o armário para qualquer eventualidade: condicionamos comida, água, lanterna em uma mochila, organizamos o quarto retirando tudo do chão caso viesse a alagar, cobrimos pequenas coisas na cômoda, enfim... Estávamos assustadas.

Apesar de vários amigos da família ter ligado oferecendo abrigo, eles optatam por não evacuar.
Vivemos a aproximadamente 1km do mar, e as casas mais próximas foram alarmadas.

Eis que chega segunda-feira, o grande dia. Por incrível que pareça, eu estava mais calma que os dias anteriores. A sensação era estranha, pois eu ficava assustada por causa de uma coisa que estava vindo, num lugar que estava calmo. No entanto, não me restava outra alternativa que esperar.

Ninguém mais sabia a hora que o bendito ia chegar, se era 18, 20, 22h ou se não iria mais. Neste dia nada mais funcionava, ninguém foi trabalhar, as ruas começaram a fechar, os serviços públicos não abriram, estavam todos esperando e acompanhando as notícias. Descobri um mapa da google crisis que da a pra acompanhar o furacão com previsões de onde ele passaria, enfim... O mapa me mostrava que tudo de pior que estava pra acontecer abrangia a área que eu estava.
A tarde fomos a praia ver a situação. O dia já estava bem nublado, o vento ficando forte...

A casa começou a destalhar, umas parte do telhado cair- aí sim deu desespero em todo mundo- mas ainda estava em tempo de consertar.

O ventou ficou um pouco mais forte, a eletricidade acabou por volta das 7 da noite, e para passar o tempo ficamos a luz de velas comendo pipoca, jogando scrabble e escutando música num radinho de pilha. Ah, e tomando muito MELZIM!!

Lá pra meia noite fomos dormir. Temendo que algo pior ainda estava por vir, protegemos as janelas com silvertape, e fomos dormir deixando o necessário estratégicamente a mão.

Eis que o telefone toca dentro do armário...Já era outro dia, o furacão já havia passado.. Era George buscando notícias! O furacão já havia passado!

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